sábado, 20 de setembro de 2008

Teocracia.

- Teocracia: Forma de ver ela, e humilde opinião dos alunos.

Teocracia é Deus no Poder. A teocracia islâmica é um bom exemplo. O islã é muito liberal em relação à produção e especialmente ao comércio. O direito à propriedade também é firmemente protegido, a pena para o roubo é perder uma mão.

Por outro lado, o Islã viola grosseiramente a liberdade pessoal. De seu comportamento sexual até o que comer e beber, o islã dita o que se pode ou não fazer. Mudar de religião é punível com a morte.

O homem que vive sob uma teocracia islâmica está muito próximo do canto direito da figura. Tem muita liberdade econômica e pouca liberdade pessoal. Já para uma mulher é diferente.

No islã a mulher é tratada praticamente como propriedade do homem, de seu pai ou marido. Daquela liberdade econômica que o homem tem ela não compartilha, muitas atividades são vedadas às mulheres, como dirigir automóveis.

Além de não possuir a mesma liberdade econômica do homem, a mulher tem ainda menos liberdade pessoal. De como se vestir até com quem, quando e o que pode falar ou quando e com quem casar, a vida da mulher é ditada pela lei islâmica e pela vontade dos homens. Uma mulher não pode sair de casa sem ser acompanhada por um homem da família.

Para uma mulher, portanto, a teocracia islâmica é um regime que está abaixo do que o mesmo regime representa para um homem, por lhe dar menos liberdade econômica. Está ainda mais abaixo por dar-lhe ainda menos liberdade pessoal.

Em uma entrevista a Revista Veja, Fukuyama um teórico americano conceituado na área disse:

- "Poucas pessoas acreditam que a teocracia islâmica seja o caminho para o futuro ou uma alternativa real de governo para os Estados Unidos, o Brasil, a França ou para qualquer outra sociedade moderna. Qualquer um que viveu no Afeganistão, no Irã ou na Arábia Saudita sabe que o regime baseado na ideologia islâmica não é muito atraente."

Em nossa opinião como você pode perceber acima a mulher é tratada como um "lixo" do governo teocrático e concordamos plenamente com ele.

Fukuyama ainda disse que os islâmicos moderados ficam intimados a lutar contra esse fanatismo desnecessário e que duvida que a versão mais intolerante do Islã vá triunfar sobre a moderada. No final ele completou falando que acha que um dia todos serão democráticos.

Mas achamos que os muçulmanos são muito fiéis ao país e ao governo, então será bem difícil essa geração pelo menos ver uma coisa dessa. Chegamos a essa conclusão pois a Veja perguntou ao Fukuyama se é possível criar democracias em países como o Afeganistão ou o Iraque, que nunca foram democracias. A resposta foi dada:

- "É bem difícil. O Afeganistão acabou de realizar com sucesso as primeiras eleições livres de sua história. Ainda assim, nunca será um modelo de democracia. Também não sou otimista com relação ao que pode ocorrer no Iraque. É comum a comparação desses dois países com a Alemanha e o Japão, que depois da II Guerra se transformaram em nações de sucesso. São situações incomparáveis. Tanto a Alemanha como o Japão tinham Estados burocráticos fortes muito antes de ser derrotados. Não é o caso do Afeganistão nem do Iraque."

Falando um pouco resumidamente sobre a teocracia cristã.

A teocracia cristã é um contraste interessante. Antes da reforma do cristianismo, quando a igreja e o estado se confundiam nos países europeus, existia algo muito diferente do que se observa no islamismo.

Até a história recente, com a reforma e a separação entre estado e igreja, o cristianismo nunca teve uma postura liberal quanto à atividade econômica. Um dos princípios do cristianismo é a condenação da riqueza. O próprio Jesus Cristo teria dito que é mais fácil passar um camelo no furo de uma agulha que entrar um rico no paraíso.

Ao legitimar o sistema feudal, em que o servo não tinha real direito de propriedade algum, a igreja cristã estabelecia um sistema que não assegurava quase nenhuma liberdade econômica ao indivíduo desta classe.

O servo era preso à terra, não podia ir trabalhar em outro lugar. Ele não era dono do resultado de seu trabalho, tinha de trabalhar pelo senhor feudal em troca do simples direito de existir.

O senhor feudal tinha mais liberdade econômica. Podia escolher a que dedicar suas terras, podia usar sua riqueza para promover a atividade econômica que quisesse e podia gastar sua riqueza com alguns luxos. Por outro lado, estava sempre sujeito à condenação moral por sua riqueza, e precisava dar à igreja parte de sua riqueza como tributo.

Tanto senhores quanto servos estavam sujeitos às imposições da igreja quanto a seu comportamento pessoal. Das questões sexuais até a obrigação de participar de cultos ou ritos, a igreja cristã impunha muitos limites à liberdade pessoal.

Mas no plano pessoal a situação era até certo ponto o contrário da econômica. Por uma simples questão de quantidade, bem como a insignificância dos servos enquanto indivíduos, a igreja estava muito mais preocupada com o comportamento dos senhores que com o dos servos. O servo provavelmente tinha mais liberdade pessoal que o senhor, embora ambos fossem oprimidos.

Esta comparação explica, em um nível muito abstrato, o que ocorreu durante a Idade Média. Enquanto no ocidente o sistema feudal mantinha a imensa maioria da população em estado servil, no mundo islâmico havia relativa liberdade econômica, a despeito da opressão das mulheres e da violação generalizada das liberdades pessoais.

É por isso que no ocidente houve estagnação e até regresso econômico e científico neste período, enquanto a civilização islâmica guardou o legado dos Gregos e Romanos, e protagonizou avanços em diversos campos do conhecimento (matemática, astronomia e outros). Isto não quer dizer que o regime teocrático islâmico é bom, apenas que economicamente era melhor que o cristianismo medieval.

Após as reformas, as diversas vertentes do cristianismo se tornaram mais liberais tanto no plano pessoal quanto no econômico. Mais importante, no entanto, a igreja deixou de exercer poder político. Não existem teocracias cristãs no mundo atual, embora muitos governos sejam fortemente influenciados pela ética cristã.
A reforma do cristianismo e a separação (na prática, se nem sempre de direito) entre estado e igreja foi o que permitiu à humanidade finalmente começar a migrar para a metade de cima do espectro político.